O mercado muda constantemente e quem não alinhar suas estratégias de marketing a um design eficaz e nexial estará tão logo fora dos negócios.
Entenda o consumidor de hoje
A frase mais dita nos dias de hoje é “o cliente está sempre com a razão”, mas será que afirmar isto é certo?
Ideias como essa acima ajudam para o não progresso do design e do marketing nos negócios. O consumidor deve ser o centro, mas entenda que “centro das vendas” é diferente de “centro de 100% das razões”. Hoje os consumidores precisam mais que suprir necessidades, eles querem algo que seja desejado, um objeto de prazer. Desenvolver algo que satisfaça não é mais tão simples, agora é preciso encantar, agregar valor, criatividade e claro design. O papel do design junto com o marketing se tornou fundamental para as vendas e com isso é preciso que o design entenda as estratégias de marketing para que juntos encontrem soluções efetivas. Imagine que você vá ao supermercado procurando por um produto novo e desconhecido, daí você acha o que precisa e lá na prateleira tem duas marcas, uma com uma embalagem e design incrível, além de um PDV (ponto de venda) bem legal, e a outra bastante “fulerinha” e sem qualquer propaganda, eu te pergunto, “qual você compraria?”. Em gestão de marcas não se deve apenas vender, mas criar um contato com o cliente, abrange da proeminência à ressonância de uma marca, e tudo que o design faz, tudo que ele toca, se bem feito, vira ouro. Vender na época em que vivemos é proporcionar experiência, gerar engajamento e o design acaba por se tornar indispensável para que isso ocorra.
Marketing, Design e negócios
O emocional do consumidor influencia na compra e todo ser humano normalmente preza pelo que ele considera belo. O valor percebido por um cliente sobre o produto ou serviço faz com que aquilo seja considerado importante ou não. Quando vendemos uma vassoura, vale um design bonito e moderno ou aquele design que remete tradição, mas possui um belo layout, de fácil entendimento? Isso é o marketing aliado ao design, ou seja, entender para quem está vendendo e usar da estética para promover lucro, para diferenciar, para cativar clientes.
Philip Kotler diz que para uma comunicação eficiente deve-se identificar o público-alvo, determinar os objetivos da comunicação, elaborar a mensagem, selecionar os canais de comunicação, estabelecer o orçamento total de comunicação, decidir sobre o mix de comunicação, medir os resultados da comunicação e gerenciar o processo de comunicação integrada de marketing. Ele misturou marketing com design e negócios, isto é comunicar com eficiência. Planejamento estratégico é tudo, inclusive planejar o design.
Alguns números
Uma pesquisa idealizada pela ADP e realizada pela FGV, junto ao setor de equipamentos médico odonto hospitalares resultou nos seguintes dados:
– 146 Empresas contatadas, que representam 35% do setor;
– Destes números 87% investem em design, e 13% não investem.
– Das empresas que investem em design 95% declaram que a aplicação de design aumenta a competitividade;
– Dentro deste índice de 95% foi apresentado que:
– 80% Aumentaram o faturamento;
– 85% Consideram design como investimento e não como custo;
– 90% Reconhecem o design como sendo estratégico;
– 10% Dizem que é limitado
Pesquisado o aumento da participação no mercado:
– Importância Limitada: 75%
– Importância Estratégica: 95,5%
Conclusão: O design posiciona melhor.
Pesquisado o aumento da margem de lucro:
– Importância Limitada: 25%
– Importância Estratégica: 68%
Conclusão: O design gera mais lucro.
Pesquisado a melhora da imagem da empresa:
– Importância Limitada: 50%
– Importância Estratégica: 77%
Conclusão: O design melhora a imagem da empresa.
Dentro do grupo que consideram o design estratégico:
– 79% Declaram melhoria na qualidade dos produtos;
– 66% Aumento da produtividade;
– 55% redução de custos.
Conclusão: O design é mais do que aparência.
Observe que nesta imagem o marketing se põe como base, o design como um meio (literalmente um meio para vendas) e por fim o negócio, chegando então à finalidade. Um bom marketing aliado a um design incrível faz qualquer negócio ir para frente.
Gerir uma marca, uma equipe de marketing ou de designers requer estar todo dia atualizado com as mais diversas novidades. Um bom gestor deve visualizar que embalagens, layouts, social media, mídias on e off, estratégias, marketing integrado e muito mais são componentes interligados e de alto valor para manter um posicionamento competitivo e ativo no mercado.
Design para aqueles que desprezam é apenas um dos vários processos da cadeia produtiva que levam ao lucro, desviar desta verdade pode acarretar em desastre.
A gestão do design acompanha este movimento, e ainda propõe melhoria nos processos produtivos, gerando lucratividade.
No Brasil a percepção de muitos empresários sobre design ainda é que não passa de uma ferramenta supérflua, diferente da Europa e países desenvolvidos. Aqui é muito mais interessante mandar fazer mil panfletos com uma aparência monstruosa e distribuir em semáforos do que pagar mais caro por algo que realmente venda. Infelizmente o design no Brasil não é apoiado pelos governantes. E o marketing? Outra infeliz verdade é a de que isso só funciona para empresas grandes, com muito dinheiro. Usar as ferramentas e táticas de marketing para pequenas e médias empresas é uma batalha tremenda. Esses gestores não conseguem tirar da cabeça que marketing é caro e design é bobagem, o que prejudica assim o seu próprio negócio.
Um pouco de história
Desde os primórdios da humanidade, negociar, vender e fazer arte estão presentes na civilização, mas com a revolução industrial tudo mudou. O que antes eram apenas artesãos ou pequenas empresas familiares se tornaram indústrias de grande porte, mudando assim todo sistema econômico do mundo. O que isso tem a ver? Simples. Antes da era industrial as pessoas compravam por indicação ou familiaridade, os produtos eram considerados “iguais”.
Depois de alguns anos, chegamos agora na era das vendas, a era do marketing, custe o que custar, em que vender é tudo e para isso se faz necessário diferenciar os produtos e serviços da concorrência. Como antigamente o posicionamento dos produtos e serviços ofertados não eram tão percebidos pelos clientes, hoje as empresas foram obrigadas a melhorar suas estratégias, inclusive no design de produtos e em sua marca.
Sendo assim, quem não se adaptar é melhor ir se preparando para fechar.
Fonte: www.designculture.com.br